Denúncia!

Já nesse ano, no início, eu precisei usar o banheiro de uma grande loja da cidade de Açailândia [para quem não sabe eu sou cadeirante], não vou esconder o nome: é a loja "Centro". Por incrível que pareça o banheiro não tinha nenhuma adaptação para cadeirantes.

Eu já fui cliente dessa loja. Porém, nesse dia eu apenas estava de passagem, pois, chovia muito. E como é um espaço de uma loja grande, consideravelmente, deveria ter um banheiro adaptado. Precisei usar o banheiro, pedir autorização a um funcionário e a surpresa: o banheiro não entrava cadeira de rodas. 

O funcionário fica com aquela cara de surpresa misturado com pena e com constrangimento. Eu apenas posso que falesse ao seu patrão e que cadeirante também pode ser um cliente. 

Agora nessa quinta-feira, 10, eu precisei ir na cidade e por incrível que pareça estava procurando um objeto para uma possível compra. Esqueci mais ou menos da minha cena na loja Centro de meses atrás e entrei na loja para procurar o objeto. E chegando na loja logo uma atendente veio me encontrar. 
Então, depois de lhe perguntar sobre o objeto, ela me disse: "Aqui embaixo só tem desse jeito. Lá em cima tem o que você procura.". E eu fiquei surpreso olhei para "o lá em cima" que ela disse e vi lances de escada para subir. Eu perguntei à atendente se tinha elevador, rampas para eu "no ir lá em cima". Ela olhou para minha cara e disse-me com uma cara de pena: "Infelizmente, não!"

Eu olhei para cara da atendente, e me tratava educadamente e perguntei-lhe: "Infelizmente?" Ia lá na maior naturalidade disso: "infelizmente!". Só que no meu infelizmente eu estava sendo irônico. Acho que ela não entendeu.

Ela vai e me pergunta: "O senhor quer fazer uma reclamação?" Eu lhe respondi: "Sim! Eu quero fazer uma reclamação.". Então, ela chamou o gerente e ele, na maior naturalidade, perguntou-me do que tratava eu contei toda a história. O gerente só balançou a cabeça dizendo a mesma coisa: "Infelizmente, não temos nenhum tipo de acesso para cadeirantes se dirigirem à parte de cima". Ele apenas acrescent dizendo que ia dirigir minha reclamação ao patrão.

Não sei porque acho que isso vai ficar assim mesmo. E se eu precisar utilizar aquela lua loja, daqui a um mês estará tudo do mesmo jeito. Como eu gostaria que as coisas se transformassem rapidamente. 

Agora publicamente estou denunciando a loja Centro, de Açailândia por não ter acessibilidade para pessoas que usam cadeira de rodas. Eu não sei quem é o dono. A única coisa que eu sei é que eu gostaria de andar em todos os espaços da loja [e de outras] egostaria de ser respeitado também como um consumidor. Gostaria que as pessoas em pleno século 21 não pudessem agir com tamanho desrespeito, simplesmente com um "Infelizmente!".

Ainda bem que elegemos um prefeito reclamando, o Dr. Benjamim e vou reivindicar-lhe que autue com ênfase na área da inclusão das pessoas com deficiência, em todos os âmbitos da cidade. E que logo que assuma intima esse e outros estabelecimentos a resolver essa problemática (nem sei se o prefeito pode intimar). Afinal de contas, em alguns meses, inicia-se uma nova gestão municipal.

De veículos estacionados em rampas, a restaurante sem acessibilidade ou lojas faltando com respeito... tudo isso existe em Açailândia. Porém, prefeito que está saindo, o Aluísio, deu uma pequena parte da sua nessa luta aa questão da acessibilidade das pessoas com deficiência. E isso precisa ser reconhecido. Ele colocou acessibilidade nas calçadas principais do Centro da cidade.

Eu e outras pessoas com dificuldades motoras, queremos utilizar o estabelecimento que a gente quiser. Eu [nós temos] o direito e seus donos têm a responsabilidade com a sociedade. A sua responsabilidade é de ter um estabelecimento adaptado para todos que querem utilizá-lo.

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