Sobre a Tentativa de Golpe

Ah, o Brasil... nossa pátria amada, idolatrada, salve, salve! Mas, parece que a idolatria deu lugar a uma comédia tragicômica de quinta categoria [apesar da ironia não é para rir]. Recentemente, fomos "brindados" com o roteiro mais bizarro já escrito: a tentativa de golpe militar orquestrada por bolsonaristas militares, incluindo, claro, o próprio Bolsonaro, aquele que "sempre jurou" ser um defensor da democracia enquanto (não)escondia um manual de “Como Usurpar o Poder” no bolso da camisa.

O enredo? Bem, envolveu altas patentes das Forças Armadas, que se mostraram menos "altas" e mais "caídas", principalmente, seu Heleno, metidas até o pescoço em estratégias que fariam qualquer vilão de novela mexicana [e brasileira ] corar de vergonha.

As revelações são uma mistura de incompetência e arrogância. Imaginemos um golpe onde os próprios golpistas tropeçam nas próprias tramas. Planos secretos gravados em conversas que mais pareciam reuniões de condomínio.

E as Forças Armadas? Ah, essas, que deveriam zelar pela soberania nacional, estavam [alguns] mais ocupadas com planos mirabolantes de retorno ao poder dos que juram que "Deus acima de tudo". O que ninguém avisou é que "Deus", neste caso, aparentemente, estava ocupado demais assistindo a comédia. E obviamente, nos protegendo desse calhordas.

Bolsonaro, o "estrategista-mor" do fiasco, acreditava piamente que a maioria silenciosa das Forças Armadas estava do seu lado. Surpresa! A maioria estava, na verdade, preocupada em sobreviver às próprias contradições e ao vexame público. E o “exército de um homem só”? Descobriu que soldadinhos de chumbo não marcham quando as baterias acabam. Nem de jeep. Agora, o capitão, porque tentou contra o próprio exército anos atrás,  aposentado, precisa enfrentar não apenas os processos judiciais, mas também a realidade de que nem todos compartilham de sua “patriotismo”.

Os patriotas de camiseta falsificada e hino gritado desafinadamente parecem, agora, tão confusos quanto as explicações esfarrapadas de seus líderes. O fracasso do golpe é tão evidente que já virou meme, com direito a cenas de "heróis" chorando em live e culpando as urnas eletrônicas por tudo, menos pela própria incompetência.

A democracia, essa sobrevivente resiliente, saiu mais uma vez vitoriosa e está protegida não por mérito dos seus defensores, mas pela incapacidade crônica de seus detratores.

No fim, o Brasil segue seu curso, meio aos trancos e barrancos, mas intacto. A tentativa de golpe nos lembra que há muito o que fazer pela nossa democracia e também deixa um consolo: se é disso que a extrema direita é capaz, estamos a salvo. Afinal, golpe é crime e precisa ser punido, exemplarmente quem tentou realizar.

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